Rio Tibagi
Seus aspectos econômicos, físicos, biológicos e hidrológicos fazem da Bacia hidrográfica do Rio Tibagi uma das mais importantes do Brasil. Sua riqueza e a diversidade de espécies são comparáveis àquelas das regiões tradicionalmente consideradas de alta biodiversidade, como a Amazônia.
Aspectos Físicos
O Rio Tibagi, nome de origem indígena que significa água corrente, possui 550 quilômetros de extensão. Sua nascente está localizada na Serra das Almas entre as cidades de Ponta Grossa e Palmeira, a 1.100 metros de altitude, e deságua no Rio Paranapanema a 298 metros de altitude. Sua Bacia hidrográfica abrange 49 municípios e aproximadamente 1,9 milhões de habitantes, sendo considerada uma das Bacias Hidrográficas de maior importância econômica, física e hidrológica do Brasil. Com área total de 25.239 quilômetros quadrados, ocupa 13% do território Paranaense.
Aspectos Biológicos
Sua riqueza natural é expressa por sua exuberante biodiversidade, que contempla 114 espécies de peixes, 475 espécies de aves, 57 espécies de mamíferos, 48 espécies de répteis, 600 espécies de árvores e constitui um centro de convergência de espécies animais e vegetais para toda a América Latina e por isso é fonte de pesquisas para escolas, universidades, empresas e ambientalistas de todas as regiões do planeta. A riqueza e a diversidade da Bacia do Rio Tibagi são comparáveis àquelas das regiões tradicionalmente consideradas de alta biodiversidade, como a Amazônia.
Aspectos Econômicos
Ocupando uma das regiões mais importantes do Estado do Paraná, a Bacia do Rio Tibagi possuía há pouco mais de 70 anos áreas desconhecidas e inexploradas. A terra fértil, a localização estratégica e a qualidade de vida proporcionaram as condições favoráveis para o desenvolvimento do agro-negócio e os surgimentos de inúmeras atividades industriais. Junto à atividade econômica, vieram o crescimento das cidades e o aumento vertiginoso da população hoje estimada em 1,9 milhões de habitantes. Londrina e Ponta Grossa são os municípios que concentram a maior população e o maior parque industrial da região.
Águas do Tibagi dão Sinais de Recuperação
Diversidade de peixes encontrada na bacia do Tibagi comprova melhoria da qualidade da água Desmatamento incessante, lançamento de esgoto doméstico e industrial, exploração indiscriminada das reservas de areia. Abusos sofridos ao longo de mais de 70 anos de ocupação humana desordenada em suas margens começaram a cobrar seu preço na década de 80, quando a morte anunciada do Rio Tibagi começou a ser discutida em âmbito estadual. Em 1989, o COPATI entrou na briga pela melhoria das condições do rio e, por meio de uma parceria com a Klabin S/A e Universidade Estadual de Londrina (UEL), foi criado o Projeto Tibagi. A ideia era fazer um levantamento pormenorizado do ecossistema e apontar soluções. Dezoito anos depois, começam a ser colhidos os frutos desse trabalho, pois a melhoria da qualidade da água é uma das conquistas mais visíveis. Reflexo direto é a enorme diversidade de peixes encontrados na bacia. Até agora foram catalogadas pela Universidade Estadual de Londrina, 110 espécies na bacia, um número 37% maior do que o último inventário, publicado em 1995. Outros fatos comprovaram a tese. No início da atuação do COPATI, algumas espécies de peixes eram pouco encontradas pela população ribeirinha: o pintado, por exemplo, era pouco comum na região de Londrina, hoje é pescado com relativa frequência no Distrito de Maravilha. Na última expedição ao Rio comandada pelo COPATI – abril de 2008 – pesquisadores espanhóis constataram que uma grande parte da mata ciliar foi recuperada ao mesmo tempo em que as ocupações irregulares das margens do Rio foram diminuídas. Segundo depoimento de pescadores e da população ribeirinha, a questão ambiental deu grande salto nos últimos anos, reflexo de uma maior conscientização da população da necessidade de preservarmos este grande patrimônio natural.